Sylvio Rezende: da simplicidade no interior à vida de grande empresário em São Paulo

26 novembro 2013 |


Do interior de Minas Gerais... Uma vida simples com experiência de trabalho na lavoura. No virar das páginas da vida... Chega a São Paulo e uma nova experiência profissional... Trabalhar na área da Beleza e, com muito esforço, alcançar o sucesso. Esse é apenas um trecho da história do cabeleireiro Sylvio Rezende – um dos empresários mais bem sucedidos do país.

Hoje ele deu entrevista exclusiva para o CULTURA VIVA e traceja sua trajetória com muito orgulho. Na verdade, orgulho tem o povo brasileiro de assistir o desempenho de um cidadão que acredita no que faz. Ele é, realmente, um exemplo de determinação. Viva, Sylvinho!

CULTURA VIVA: De sua vida em Minas Gerais para São Paulo, aos 15 anos, muita coisa mudou. Em Minas Gerais você teve forte experiência na lavoura; em São Paulo, o ofício que deu certo: trabalhar na área da "Beleza". Traçando um paralelo de sua vida profissional, você consegue enxergar um complemento nessas funções que fez de você o empresário bem sucedido de hoje?
SYLVIO REZENDE: Sim, sem dúvidas, devido à vida dura e difícil do interior tive que aprender a ter respeito pelos outros, disciplina e, quando se trabalha na roça, acabamos tendo mais carinho com as plantas, os bichos e, traduzindo isso para vida da cidade grande, você acaba sendo mais  sociável, humilde. Sem dúvidas, se torna forte para enfrentar as batalhas, se tem mais paciência, foco e, quando encontra um obstáculo ou qualquer dificuldade, enfrenta mais fortemente. A vida vivida sem mimos e com as dificuldades diárias nos fortalece. Hoje consigo ser mais sensível e visagista.   

C.V.: Quando veio para São Paulo, a família veio junto? Como foi a instalação numa cidade tão agitada? Pensou em retornar à terra natal?
S.R.: Não. Vim sozinho e trabalhei. Antes de chegar a São Paulo, por 6 meses, trabalhei entregando compras num mini-mercado para juntar dinheiro e comprar as passagens de ônibus, pois, na lavoura, seria impossível juntar dinheiro devido ao baixíssimo salário. Daí, com ajuda de um primo que me convidou para morar aqui, embarquei sozinho. Quando desci na Rodoviária Tietê, pensei: “Tô perdido. Para que lado eu sigo?”. No início fiquei nuns vinte dias sem trabalho porque eu ainda era menor de idade, até que um amigo do meu primo conseguiu um trabalho para mim como chapeiro durante a noite numa lanchonete, no Centro de Guarulhos. Lógico, encarei sem nunca ter sequer ouvido falar em chapa de lanches ou hambúrguer... (risos). Verdade! Mas, a vontade de ficar era tanta que aceitei. Além do mais, eu não poderia voltar: tinha vergonha de ser tratado como fracassado. Tive, em alguns momentos, medo de não dar certo e ter que voltar para roça. Mas, a mente é um projeto de vida. Já estava pronto em minha mente e subconsciente. Insisti.   

C.V.: Ao olhar sua história é fácil entender que você tem a família como algo importante. Seu esforço pessoal também é por ela?
S.R.: Sem dúvidas. Meu pai foi meu grande inspirador, me espelhava nele; lutava muito para sustentar seis filhos; tirava, literalmente, leite de pedra, vida dificílima. Isso me dava força; pensava se um homem sozinho conseguia sobreviver numa dificuldade enorme e cheia de obstáculos como eu tendo uma super oportunidade iria desistir. Precisava ajudar meus pais e meus irmãos, de alguma forma ajudá-los e hoje consigo.  


 C.V.: Hoje você é sócio de dois grandes salões em São Paulo: um em Santana e outro em Guarulhos. São públicos diferentes? Qual o mais exigente, em sua opinião, e por que o considera?
S.R.: Na verdade, são cidades diferentes, mas, hoje em dia, o público está o mesmo. Temos diferenças de preços nos dois salões e tenho percebido que as clientes do outro salão vêm até São Paulo se arrumar também. A minha clientela está em classe B e C. Estas mulheres estão cada vez mais antenadas e exigentes, querem cabelos iguais aos das celebridades e podem pagar por isso. Devido ao nosso bom momento econômico no país, não fazem questão de economizar tudo que elas sempre sonharam. Poder entrar num salão de nome  reconhecido no mercado e se sentir linda.. Hoje não existe mais barreiras: todas podem frequentar qualquer ambiente. 

C.V.: Você associa o padrão de beleza ao comportamento das pessoas e busca nelas um estilo próprio. É fácil convencer um cliente que ela pode ter um look melhor que o artista que deseja imitar? Você usa alguma arma estratégica para isso?
S.R.: Sim. Primeiro, mostro a elas que cada uma tem sua identidade, tem que ser ela mesma e deve fazer, então, um cabelo semelhante, nada de corte e coloração igual da celebridade; ela também é linda e, mesmo que tentemos copiar, nunca nenhum look fica igual devido aos formatos de rosto, cor da pele e tipo de cabelo. Tento, primeiro, mostrar valores e seu perfil, como por exemplo, valorizar um nariz bonito, os olhos e, de repente, mostrar que, nem sempre um cabelo fashion ou moderno de uma famosa será prático para o dia a dia delas; converso antes, avalio, faço o visagismo, mostro suas  qualidades e nunca falha: as mulheres acabam não se olhando e se admirando tanto, acabam passando anos de cabelos presos, não se libertam, não ousam. Esta é minha função: mostrar a elas a beleza natural que têm. Acho que os colegas de profissão precisam ouvir mais e sentir mais os desejos da cliente, mostrar suas qualidades, beleza, criar um look. Fazer um corte fácil ou difícil é a interpretação do desejo da cliente. Para isso precisamos ter sensibilidade. 

C.V.: Para o verão que vem aí, qual a cor de cabelo que vai predominar?
S.R.: Aposto muito nos marrons acobreados e marrom dourados com fios beges e ou caramelos. Para as morenas e negras aposto no cacau com dourado e, para as loiríssimas, usem uns fios escuros para não ficar louro chapado, mas, em geral, os marrons e dourados vem com tudo no verão. Devido ao brilho, passamos por uma fase de muito loiros champanhes, platinados, agora as pessoas precisam de brilho, cabelos com ar de saúde, saudável.   

C.V.: Que dica você pode deixar para quem tingiu os cabelos e deseja manter. Por quanto tempo (dias) é possível conservar? Existe algum tipo de shampoo que auxilia?
S.R.: Sim. Uma coloração em tons de vermelhos, marrons e dourados desbotam mais rápido. Portanto,  use shampoo com colágeno, aminoácidos e anti age, e lave os cabelos dia sim e dia não, não use shampoo anti resíduo. Uma hidratação a cada uma vez por semana é muito bem vinda.


Fotos: Divulgação

2 comentários:

Anônimo disse...

Conheço o Salão da Alfredo Pujol, já levei minha esposa lá. Faço uma pergunta , Siylvio, você fala com muito orgulho, é claro que é do interior de Minas Gerais, mas nunca disse o nome de sua cidade natal . Porque ?

Anônimo disse...

Palma mg